Ibovespa: o que fez o índice interromper uma sequência de 3 baixas e subir 0,8%

O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (4), a primeira do mês de setembro, referendado pelo avanço de bancos e com a Cosan (CSAN3) novamente entre os destaques positivos, em meio a expectativas envolvendo a Raízen (RAIZ4), enquanto dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos corroboraram apostas de corte iminente de juros pelo Federal Reserve.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,81%, a 140.993 pontos, interrompendo uma sequência de três baixas. A sessão foi marcada por maior otimismo por corte de juros pelo Federal Reserve em meio aos dados do mercado de trabalho privado mais fracos nos Estados Unidos: o relatório ADP mostrou criação de vagas abaixo das expectativas, enquanto os pedidos semanais de seguro-desemprego subiram, sinalizando desaceleração do setor.

“Esses números reforçam a percepção de que o Federal Reserve pode iniciar o ciclo de cortes de juros já na próxima reunião, com impacto direto nos mercados globais”, aponta Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos.

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Apesar disso, os investidores seguem cautelosos, aguardando o principal dado da semana: o payroll (relatório de emprego), que será divulgado amanhã. “Caso venha abaixo do esperado, o mercado deve consolidar a aposta, já elevada, de corte de juros pelo Fed. Hoje, as expectativas apontam para mais de 80% de probabilidade de redução, restando definir apenas a intensidade do ajuste”, aponta o analista.

Na renda fixa, a curva de juros brasileira acompanha a queda das Treasuries, reforçando a leitura de que há espaço para cortes nos Estados Unidos e de que o Banco Central também mantém margem para seguir o processo de afrouxamento da Selic.

Entre os setores da bolsa, os papéis mais sensíveis ao ciclo de juros e ligados à economia doméstica se destacaram, como Yduqs (YDUQ3), Cogna (COGN3) e Magazine (MGLU3).

“O mercado começa a se posicionar em firmas que poderiam ter um benefício com esse movimento de corte de juros, que seriam majoritariamente as firmas de varejos e serviços”, avalia Danilo Coelho, economista e especialista em finanças pela FBNF.

Para o JPMorgan, ainda que de forma sutil, os dados da ADP elevam a barra para que o Fed desista de um corte de juros em setembro, independentemente de quão positivos sejam os dados de emprego de agosto que o governo norte-americano divulgará na sexta-feira.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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