Ibovespa renova recorde acima dos 164 mil pontos; dólar cai para menos de R$ 5,30
Depois de superar os 160 mil pontos na terça-feira (2), o Ibovespa ultrapassou a marca dos 164 mil pontos pela primeira vez na história, enquanto o dólar já opera abaixo dos R$ 5,30. E o motivo? Mais um dado que reforça a tese de que há espaço para cortes de juros no Brasil no ano que vem: o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.
Às 12h20, o Ibovespa avançava 1,66% para 164.295 pontos, o que já representa um novo recorde intradiário (dentro de uma sessão). Se fechar o pregão assim, o índice renovará mais uma vez a máxima história nominal. No acumulado do ano, o Ibovespa já sobe 36%.
Já o dólar está abaixo de R$ 5,30. No mesmo horário, a moeda americana recuava 0,37% a R$ 5,2875, nas mínimas da sessão.
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O otimismo dos investidores com ativos brasileiros vêm depois do resultado do PIB do terceiro trimestre, divulgados antes da abertura dos mercados. O principal indicador de atividade registrou um crescimento de 0,1% em relação ao segundo trimestre, abaixo do consenso do mercado, que apontava para uma alta de 0,2%.
O IBGE fez ainda uma revisão do crescimento do segundo trimestre, de 0,4% para 0,3%. Os dados reforçam que há uma desaceleração em curso na economia brasileira, o que ajuda a alimentar as expectativas de que o Banco Central comece o ciclo de cortes da Selic já no começo do ano que vem.
O economista da Suno, Rafael Perez, enxerga a evidente perda de tração da atividade desde o segundo trimestre, como resultado dos efeitos do nível alto da taxa básica de juros. Ele observa uma desaceleração mais disseminada, principalmente em segmentos com maior peso no PIB, como consumo e serviços.
As expectativas em torno dos cortes da Selic também acompanham o cenário de juros nos EUA. O Federal Reserve (Fed, o BC americano) se reúne na próxima semana, nos mesmos dias que o BC aqui no Brasil, e a visão majoritária do mercado é de que a taxa básica de juros americana será reduzida em 0,25 ponto percentual.
A ferramenta CME FedWatch, que acompanha as apostas de investidores nos rumos da política monetária dos EUA a partir do movimento dos contratos de juros futuros, mostra que 89,2% do mercado enxerga um corte de juros dessa magnitude na semana que vem.
Na quarta-feira (3), o relatório da ADP sobre o mercado de empregos privados nos EUA mostrou um saldo líquido negativo, com fechamento de 32 mil postos de trabalho em novembro. Os dados alimentaram ainda mais o cenário de redução de juros no país – do ponto de vista estritamente de política monetária, um número menor de vagas de trabalho sinaliza menos consumo e, consequemente, menor inflação.
O atual ciclo da política monetária americana tem incentivado os investidores globais a buscar ativos de maior risco no mundo e aumentar a diversificação fora dos EUA, já que, com juros mais baixos na maior economia do mundo, o investidor estrangeiro precisa procurar melhores oportunidades de retorno em outros lugares.
Essa dinâmica não beneficia apenas o Brasil. O índice S&P/BMV IPC da bolsa do México, por exemplo, acumula alta de 28,45% em 2025. Já o Colcap, da Colômbia, registra avanço de 51,02%.
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Autor: Sérgio Tauhata
