Ibovespa supera os 150 mil pontos, mas ainda está longe do recorde real
O Ibovespa começou com tudo nesta segunda-feira (3). O principal índice da bolsa de valores bateu novo recorde de pontos intradiário (dentro da sessão) e superou a marca histórica de 150 mil pontos – mais especificamente, 150.761 pontos.
No entanto, quando consideramos outros elementos na conta, a história é bem diferente. Apesar de ter batido a maior marca em pontos da história, o Ibovespa passa longe do recorde em dólares ou ajustado pela inflação.
É isso mesmo. O recorde de 150.761 pontos é o nominal, sem considerar outros fatores. Mas o recorde real é de outro nível.
Em 20 de maio de 2008, o Ibovespa atingiu a marca de 73.517 pontos. Para quebrar esse ponto, após o ajuste pelo IPCA acumulado desde então, o índice precisaria ultrapassar os 193 mil pontos.
E há ainda outra maneira de olhar o recorde nominal: o pico em dólar do índice. Nesse caso, a distância é ainda maior. A marca de 2008 equivale a 44,5 mil pontos. Isso porque, na época, a moeda americana tinha uma cotação de R$ 1,65.
Com a divisa dos EUA negociada a R$ 5,35 nesta segunda-feira, os 150 mil pontos atuais do Ibovespa equivalem a 28 mil pontos. Ou seja, o indicador precisaria subir quase 60% em dólar para igualar o recorde. Na prática, seria ultrapassar os 238 mil pontos.
A marca em 2008 é usada como referência porque foi quando o índice atingiu o último pico completo de valorização antes da crise financeira global. Foi o ponto em que o mercado acionário foi ao seu auge tanto em termos nominais, quanto em valores convertidos para dólar. A comparação atual com 2008 serve para avaliar se o índice de hoje realmente superou o poder de compra e o valor internacional, que permite compará-lo a outros mercados, como o americano.
Se tiver força para se manter o ritmo positivo até o fim do pregão, o Ibovespa terá batido o sexto recorde seguido de fechamento. Por enquanto, tudo caminha nessa direção: às 13h10, o Ibovespa subia 0,57%, aos 150.396 pontos.
Relembrando de onde vem o otimismo
A alta desse início de novembro vem a reboque dos desdobramentos da semana passada, quando uma conjunção de fatores favoráveis sustentou o interesse de investidores por mercados considerados mais arriscados, mas com maior potencial de retorno, caso do Brasil e de outros emergentes. Entre os fatores, está o corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que estimula esse movimento.
Na sexta-feira passada (1), o índice chegou perto da marca atual. Fechou em 149.540 pontos. No ano, já acumula uma alta de 24,7%.
O ambiente favorável à renda variável também contou com a ajuda das previsões otimistas do boletim Focus, publicado pelo Banco Central, para a inflação. O documento mostrou a continuidade do alinhamento das expectativas para o IPCA para o intervalo da meta. Foi a sexta vez consecutiva de recuo na estimativa.
No começo desta tarde, o iShares MSCI Emerging Markets – o ETF (fundo negociado na bolsa) ligado às principais ações dos mercados emergente – subia 0,24%.
Os economistas esperam um IPCA em 4,55% no fim do ano, um nível bem perto do limite superior da faixa de tolerância da meta de inflação. A meta se tornou fixa em 3% a partir de 2025, após decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). Mas há um limite de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, uma banda de 1,5% a 4,5%.
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Autor: Sérgio Tauhata