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Juros futuros sobem com aversão global ao risco impulsionada por temores fiscais

Juros futuros sobem com aversão global ao risco impulsionada por temores fiscais

 As taxas dos DIs fecharam em alta nesta sexta-feira, com ganhos mais acentuados em contratos de prazos mais longos, conforme a curva de juros brasileira acompanhou o movimento observado nos mercados de títulos globais, que foi impulsionado por receios em torno da situação fiscal das principais economias do mundo.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Intermonetário (DI) para janeiro de 2027 estava em 13,99%, ante o ajuste de 13,936% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,35%, ante o ajuste de 13,269%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,67%, em alta de 11 pontos-base ante 13,556% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,85%, com ganho de 12 pontos ante 13,734%.

O movimento das taxas futuras nesta sessão refletiu altas nos rendimentos de títulos de diversos países, como Estados Unidos, França e Reino Unido.

Nos EUA, cujo mercado reabriu nesta terça depois de um feriado na véspera, pesou a decisão de um tribunal de recursos na sexta-feira que considerou ilegal a maioria das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, mesmo permitindo que ele as mantenha em vigor até meados de outubro.

O receio entre os investidores é de que sem a receita proveniente das taxas de importação, o governo dos EUA encontrará ainda mais dificuldades para controlar sua dívida federal, que tende a aumentar com a aprovação de um projeto de lei de cortes de impostos neste ano.

O rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 5 pontos-base, a 4,279%.

No continente europeu, os agentes do mercado também se mostravam preocupados com a questão fiscal em uma série de países, com destaque para a França, que enfrenta instabilidade política diante da iminente derrubada do governo do primeiro-ministro François Bayrou na próxima semana.

“Está ganhando força a narrativa de incerteza fiscal no mundo como um todo, principalmente em alguns países que são elementos-chaves para a geopolítica mundial”, disse Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos.

“Pano de fundo fiscal mais frágil acaba levando a aversão ao risco, o que acaba pressionando emergentes”, completou.

Na cena doméstica, o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado acirrava os receios de agravamento nas relações entre Brasil e EUA.

Quando Trump anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em julho, ele vinculou a decisão, entre outros pontos, à suposta “caça às bruxas” de que Bolsonaro seria vítima.

“O julgamento do ex-presidente tem tido cobertura internacional relevante e pode abrir para novas sanções dos EUA. A evolução do julgamento deve ser o grande evento da semana no cenário doméstico”, afirmou Sueishi.

Os investidores domésticos também desconfiam da capacidade e vontade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de equilibrar as contas públicas, e os temores fiscais no exterior impulsionaram as preocupações com a situação do próprio Brasil.

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Autor: camillebocanegra

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