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Mercado Bitcoin lança ativo digital imobiliário com retorno de IPCA+13%; vale a pena?

O Mercado Bitcoin (MB) anunciou nesta quarta-feira (3) o lançamento de um ativo digital com lastro imobiliário, disponível por meio da renda fixa digital (RFD). Neste modelo, o investidor adquire um título tokenizado e recebe o valor aplicado, acrescido de juros, em data futura. Em parceria com a startup de soluções imobiliárias Rooftop, o produto oferece retorno em parcelas mensais atreladas ao IPCA mais 13% ao ano.

Entretanto, para ter acesso a esse retorno, o investidor precisa aplicar em um imóvel residencial de alto padrão localizado no condomínio Quinta da Baroneza, em Bragança Paulista (SP).

Além disso, até às 23h59 de hoje, o MB oferece 3% de cashback em bitcoin para valores aplicados em qualquer uma das ofertas de Renda Fixa Digital disponíveis na plataforma.

Você costuma investir em RFD ou nunca ouviu falar?

O cashback varia de acordo com o perfil do cliente: investidores recorrentes na renda fixa digital receberão 1% de cashback em bitcoin para aportes de até R$ 30 mil e 1,5% para valores acima desse patamar. Já os novos investidores terão condições diferenciadas, com 2% e 3%, respectivamente.

Mas afinal, vale a pena mesmo?

A proposta se insere em um contexto de aquecimento do setor imobiliário, que registrou crescimento superior a 20% em 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A união entre o real estate e a RFD torna o produto balanceado, com riscos e benefícios dividindo o pódio.

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Para Matheus Medeiros, CEO da Futokens, ainda que o investidor esteja aplicando em um token, ele faz parte da camada de Ativos do Mundo Real (RWA), que permite a tokenização de bens e ativos físicos em blockchain, “funcionando apenas como um veículo para facilitar a negociação e a representação do ativo investido”, explica. Ele acrescenta:

Ou seja, apesar da tecnologia blockchain, os riscos permanecem semelhantes aos de operações tradicionais, como inadimplência, risco sistêmico e baixa liquidez.

Para acrescentar, o planejador monetário Luiz Calado, CFP pela Planejar, observa que toda inovação traz riscos, mas também oportunidades.

No caso de um ativo lastreado em imóvel de alto padrão, bem localizado e com documentação sólida, “o investidor sabe exatamente qual é a garantia, com transparência total”. Isso, segundo ele, pode ser visto como vantagem frente a estruturas mais opacas, tornando o risco concentrado administrável e até atrativo para quem busca retornos diferenciados.

O cenário atual de juros é favorável?

Medeiros destaca que, no cenário atual de juros a 15% ao ano, ativos alternativos acabam oferecendo remunerações mais robustas para competir com opções tradicionais.

Ele compara: enquanto o Tesouro IPCA+2029 paga cerca de IPCA+7,8%, patamar semelhante a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de baixo risco, o novo produto chega a IPCA+13%. “Não está fora do padrão, o que torna o investimento sustentável e realista”, pontua.

Calado complementa, lembrando que os imóveis adquiridos na estrutura passam por avaliação independente e são comprados com desconto relevante em relação ao valor de mercado.

Isso cria uma margem de segurança adicional, sobretudo em cenários de venda acelerada. Além disso, a operação elimina riscos de obra, já que os imóveis são entregues prontos e gerando renda locatícia desde o início.

O produto compensa sem o prêmio IPCA +13%?

Luiz Calado, Planejador monetário CFP pela Planejar, reforça que a tokenização acrescenta um diferencial inédito ao possibilitar a negociação fracionada de imóveis de luxo, algo inexistente no mercado tradicional.

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Embora o mercado secundário de tokens imobiliários ainda esteja em construção, ele tende a ganhar profundidade com o tempo. Calado explica:

Se a liquidez fosse instantânea, provavelmente a taxa de retorno não seria tão atrativa. O prêmio de IPCA+13% é justamente a contrapartida por assumir esse horizonte de investimento.

Para investidores arrojados

Nesse ponto, os dois especialistas concordam: o produto é mais adequado para perfis moderado e arrojado, que buscam diversificação, inovação e maiores retornos.

Matheus Medeiros, CEO da Futokens, ressalta o papel do cashback em bitcoin nesse processo: “É notório que as criptomoedas vieram para ficar. Essa modalidade é uma ótima maneira de atrair tanto investidores de cripto para o mercado tradicional quanto o contrário, levando os mais conservadores a experimentar um mercado de maior potencial”.

Para Calado, a combinação entre imóvel de alto padrão, proteção contra a inflação e inovação digital representa uma porta de entrada para um novo ecossistema monetário no Brasil.

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Autor: Isabela Ortiz

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