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Montanha-russa tarifária faz com que exportadores chineses desistam dos EUA

Em meio ao caos dos anúncios erráticos de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, os exportadores chineses que fabricam de utensílios de cozinha a decorações de Halloween, reagiram vendendo mais produtos à Europa, América Latina, ao Oriente Médio e à África.

Jacky Ren, cuja fábrica de eletrodomésticos Gstar Electronics Appliance costumava gerar mais de 60% de sua receita com pedidos dos EUA, diz que “desistiu” do mercado norte-americano.

Meses de escaladas tarifárias, desescaladas, uma breve trégua e a mais recente ameaça de um aumento tarifário de três dígitos sobre os produtos chineses pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em retaliação às restrições chinesas às exportações de terras raras, deixaram Ren “extremamente exausto”, e ele está buscando novos mercados para compensar os pedidos perdidos dos clientes dos EUA.

Ren não está sozinho. Os dados da alfândega chinesa divulgados esta semana mostraram que as exportações da segunda maior economia do mundo cresceram 7,1%, chegando a 19,95 trilhões de iuanes (US$2,80 trilhões) nos primeiros nove meses deste ano, apesar de uma queda significativa nos produtos destinados aos Estados Unidos.

Resiliência dos chineses

Espera-se que esse crescimento ajude a China a demonstrar a resiliência de sua economia em face da turbulência geopolítica e comercial quando anunciar os dados do PIB do terceiro trimestre na segunda-feira.

Ainda assim, os exportadores chineses não estão exatamente satisfeitos com a situação, embora tenham encontrado novos mercados.

“Nesse ambiente, em que o consumo global não é suficiente para substituir a demanda dos EUA, nosso volume de pedidos e nossa receita caíram pela metade”, disse Lou Xiaobo, que fabrica decorações para o Halloween no leste da China e está no Brasil em uma viagem de pesquisa de mercado para tentar vender mais para a América Latina.

Como todo o setor de manufatura orientado para a exportação da China mudou quase simultaneamente, a concorrência corroeu os preços, tornando mais difícil para os fabricantes sobreviverem.

“Perder o acesso aos Estados Unidos, que é o maior mercado consumidor, é como se o setor ferroviário perdesse a locomotiva”, disse Ren, acrescentando que está se tornando cada vez mais comum os exportadores venderem com prejuízo.

“Todos os mercados são altamente competitivos… tudo o que podemos fazer é nos segurar e esperar por uma oportunidade.”

Na quarta-feira, o movimentado dia de abertura da edição de outono da Feira de Cantão, no sul da China, em Guangzhou — a maior feira comercial do mundo — todas as 15 firmas com as quais a Reuters conversou disseram que não tinham visto compradores norte-americanos.

A maioria observou um aumento no número de participantes do Brasil, do Sudeste Asiático e da Europa. Todas disseram que estavam priorizando a diversificação do mercado.

“A situação está muito instável. (Trump é) como uma criança — chorando em um minuto, rindo no outro. Não dá para brincar com isso”, disse Cherry Yuan, gerente de vendas no exterior da Foshan Greenyellow Electric Technology, fabricante de equipamentos de captura de mosquitos.

Cai Jing, que dirige uma firma de canecas de viagem criada por sua mãe e seu tio em 1998 e que recentemente começou a fabricar liquidificadores pessoais, disse que os fabricantes de produtos de exportação têm pouca escolha.

Não foi decisão dos exportadores chineses abandonar o mercado dos EUA, disse Cai.

“As vendas para os EUA caíram muito, em torno da metade. Não é que estejamos desistindo do mercado dos EUA. É que os compradores dos EUA desistiram de nós.”

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Reuters

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