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Ometto emite R$ 750 milhões em dívida para bancar aporte na Cosan

Rubens Ometto está emitindo dívida para injetar dinheiro na própria companhia. Seu family office, a Aguassanta Participações, vai levantar R$ 750 milhões por meio de uma emissão de notas comerciais registrada na CVM nesta semana. Os recursos serão usados para acompanhar BTG Pactual e Perfin no aumento de capital de R$ 10 bilhões da Cosan, anunciado em setembro, destinado a reduzir a dívida de R$ 17,5 bilhões e reequilibrar a estrutura financeira do grupo.

A emissão das notas — série única, com vencimento em 2032 e remuneração que varia de CDI + 1,00% a CDI + 1,45% ao ano — é coordenada pelo Bradesco BBI e é restrita a investidores profissionais, que movimentam mais de R$ 10 milhões por ano. O documento de registro informa que os recursos serão destinados “à subscrição de novas ações da Cosan S.A., no contexto de um aumento de capital”. Em setembro, a Bloomberg noticiou que o empresário negociava um empréstimo com o Bradesco.

O aumento de capital, que deve ser precificado a R$ 5 por ação, tem BTG Pactual e Perfin como principais investidores. Juntos, aportarão R$ 6,5 bilhões na Cosan, assumindo posição relevante no bloco de controle ao lado da Aguassanta.

Após a operação, os três sócios deterão 55% do capital, sendo 50,01% das ações vinculadas ao acordo de acionistas sob controle de Ometto, o suficiente para manter o comando do grupo. A operação foi aprovada pelos acionistas na tarde desta quinta-feira (23).

A capitalização é o ponto de virada de uma crise iniciada em 2022, quando a Cosan desembolsou R$ 18,5 bilhões para comprar quase 5% da Vale em uma aposta frustrada de influência sobre a mineradora. A operação inflou a dívida da holding, que chegou no fim deste primeiro semestre a R$ 93 bilhões no consolidado de todas as firmas do grupo.

O movimento atual devolve fôlego monetário à companhia e redefine seu equilíbrio de poder. André Esteves, do BTG, emerge como maior acionista individual da Cosan, com cerca de 23% do capital — à frente da própria Aguassanta, que ficará com 21%, e da Perfin, com 10%. O arranjo assegura a Ometto o controle formal, mas amplia a influência do BTG sobre setores estratégicos como logística, energia e combustíveis, onde o grupo atua por meio de Rumo, Compass, Raízen, Moove e Radar.

Mais que um reforço de caixa, a operação é também uma blindagem de sucessão. O acordo entre os sócios garante a Ometto três mandatos consecutivos como presidente do conselho, até 2031, quando completará 81 anos. A emissão de dívida pela Aguassanta, portanto, não é apenas uma formalidade financeira — é um esforço calculado para preservar o controle familiar da Cosan em um momento de transição histórica para o grupo.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Rikardy Tooge

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