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Os 4 erros financeiros que levam aposentados a ficar sem dinheiro na velhice – e como evitá-los

Viver mais é uma conquista da sociedade moderna — mas também um desafio para o bolso, pois erros na aposentadoria podem comprometer a segurança financeira dos brasileiros na terceira idade. O aumento da expectativa de vida, combinado a um sistema previdenciário sobrecarregado, exige que os trabalhadores de hoje repensem a forma como planejam o futuro.

Hoje, a previdência social enfrenta um duplo problema: uma população que envelhece rapidamente e um número de contribuintes que cresce em ritmo menor. Essa equação pressiona as contas públicas e ameaça a sustentabilidade do sistema.

“O modelo atual precisa ser repensado para dar conta do envelhecimento da população”, explica a advogada Sarita Lopes, especialista em direito previdenciário. Ela aponta que o País caminha para discutir modelos complementares, como na previdência privada, e reforça a importância da educação previdenciária individual como pilar de segurança financeira.

Mas, mesmo com o debate sobre reformas no horizonte, a tranquilidade financeira na velhice ainda depende, sobretudo, de planejamento pessoal. E é aí que muitos brasileiros tropeçam.

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Segundo especialistas, quatro erros se repetem entre quem chega à aposentadoria — e ajudam a explicar por que idosos veem suas reservas se esgotarem antes do tempo.

Empréstimos e consignados: a armadilha do crédito fácil

O crédito, vendido como uma forma segura de acesso a dinheiro, se tornou uma das principais armadilhas financeiras da aposentadoria. Com a oferta de juros aparentemente menores para os aposentados, ele dá uma falsa sensação de controle — mas compromete boa parte da renda mensal.

Planejadores monetários relatam casos em que aposentados destinam mais da metade do benefício ao pagamento de parcelas, restando pouco para despesas básicas. O problema se agrava quando o crédito é usado para ajudar familiares ou pagar dívidas antigas, criando um ciclo de endividamento difícil de quebrar.

Para Adriana Ricci, planejadora financeira, a regra é simples: crédito nessa fase da vida só deve ser usado em situações emergenciais, como gastos médicos imprevistos. “Vejo aposentados que têm até 70% da renda comprometida com consignados. Isso se torna insustentável”, afirma ela. Fora isso, a prioridade deve ser cortar despesas e reorganizar o orçamento.

O escritor de 73 anos, Paulo de Freitas, que se aposentou aos 45, aprendeu isso cedo. “Vi colegas comprometendo quase todo o salário com empréstimos consignados. Prometi a mim mesmo que não cairia nessa”, conta ele.

Confiar apenas no INSS: um risco crescente

A aposentadoria pública brasileira, embora essencial, não se mostra mais suficiente para garantir conforto monetário. O benefício médio raramente cobre todas as despesas, especialmente diante da inflação e do aumento do custo de vida.

Segundo o economista Gean Duarte, especialista em renda fixa, depender exclusivamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é uma das decisões mais arriscadas. “O benefício raramente acompanha a inflação e costuma ser bem inferior ao salário da ativa”, destaca.

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Ele recomenda construir uma renda complementar desde cedo, com produtos que preservem o poder de compra, como Tesouro IPCA ou o Tesouro RendA+, este último, criado justamente para planejar aposentadorias de longo prazo.

A professora Carla Beni, da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que o Brasil tem condições únicas para o investidor conservador, por ser o país com uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Isso favorece aplicações em renda fixa no longo prazo, que podem funcionar como um “segundo pilar” de aposentadoria.

Mas o grande obstáculo, segundo Adriana Ricci, vem do tempo. Muitos só percebem a importância de investir quando já estão perto de se aposentar. “Quanto mais tarde o planejamento começa, maior precisa ser o esforço mensal. O tempo é o maior aliado — e, quando perdido, se torna o maior inimigo”, explica.

A dificuldade de dizer “não” para a família

Outro erro recorrente diz respeito ao apoio monetário excessivo a filhos e netos. Embora motivada por generosidade, essa prática mina o orçamento dos aposentados e compromete sua segurança.

Segundo Gean Duarte, tal comportamento reflete um traço cultural: pais que não estimulam a independência financeira dos filhos. O resultado demonstra uma aposentadoria que continua bancando despesas alheias.

A economista Carla Beni reforça que o aposentado precisa encarar o dinheiro como um recurso finito. Em muitas famílias, ela observa que empréstimos e até cartões de crédito são usados por terceiros em nome do idoso.

“Aprender a impor limites é um ato de proteção, não de egoísmo”, afirma.

Paulo de Freitas confirma que essa é uma das tarefas mais difíceis. “A gente quer ajudar, mas precisa se policiar. Eu aprendi a colocar limite. Se o aposentado não se impõe, perde o controle e o sossego”, diz.

Ignorar o aumento dos gastos — principalmente com saúde

Distribuir as economias em três partes – para agora, para em breve e para o futuro – se mostra uma estratégia eficaz para assegurar uma confortável renda na aposentadoria. (Imagem: pic for you em Adobe Stock)

Com o avanço da idade, as despesas aumentam. Planos de saúde mais caros, medicamentos contínuos e ajustes na rotina exigem um orçamento cada vez mais robusto. No entanto, muitos aposentados não preveem esses custos ao longo da vida produtiva.

Duarte alerta que o erro é pensar a aposentadoria apenas como “renda de descanso”, sem considerar as novas demandas que surgem com a idade. Planejar o futuro inclui precificar o envelhecimento.

Beni recomenda estratégias práticas: comparar preços de remédios online, avaliar planos de saúde coletivos e buscar atividades físicas gratuitas oferecidas por prefeituras.

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Já a planejadora financeira Adriana Ricci reforça que, nessa fase, o foco deve ser proteger o patrimônio — e não buscar altos rendimentos.

“O aposentado deve dar prioridade à liquidez e à segurança. É o momento de preservar o que foi conquistado, não de correr riscos desnecessários”, diz.

Mesmo quem chegou à aposentadoria sem reservas pode melhorar sua situação. Ricci recomenda revisar gastos pequenos e recorrentes — assinaturas, taxas e serviços — e valorizar cada centavo. “Não é nas grandes decisões, mas nas pequenas economias que se ganha fôlego monetário”, afirma.

Planejar é o melhor investimento

Os especialistas são unânimes: o principal erro monetário não acontece na velhice, mas antes dela. Falta constância, disciplina e visão de longo prazo. Gastar tudo o que se ganha — ou mais do que se ganha — é o primeiro passo para comprometer o futuro.

Gean Duarte resume o desafio:

“Os juros compostos são o maior milagre das finanças, mas só funcionam para quem começa cedo”.

Para aposentados como Paulo de Freitas, o segredo para evitar a maioria dos erros na aposentadoria está no equilíbrio. “A gente precisa viver dentro do que tem, evitar ostentar e pensar no amanhã. A aposentadoria serve para dar tranquilidade, não preocupação”, afirma.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: E-Investidor

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