Tarifa zero? Embraer anuncia “marco” nos EUA no dia 10 e gera especulação no mercado


Na sessão da última quinta-feira (4), as ações da Embraer (EMBR3) subiram 2,7%, tendo no radar anúncio prometido pela companhia em Washington na próxima semana, mais precisamente dia 10, que descreveu como um “marco” para a fabricante de aviões.
O anúncio coincide com um grande encontro de líderes do setor aeroespacial e ocorre em um momento em que a fabricante brasileira de aviões, a terceira maior do mundo, tem feito lobby junto ao governo do presidente Donald Trump para remover tarifas de importação de 10% que atingem seus produtos.
A Embraer, que monta alguns jatos executivos na Flórida, não quis fazer mais comentários sobre o anúncio planejado, mas uma pessoa familiarizada com o assunto disse que ele não está relacionado à pegada industrial da firma, um termo que se refere à localização de suas fábricas.
Clientes norte-americanos compram 45% dos aviões comerciais da Embraer e 70% dos jatos executivos vendidos pela firma, todos os quais dependem de muitas peças norte-americanas.
A Embraer disse no mês passado que pode construir nos EUA uma fábrica de US$ 500 milhões para o cargueiro C-390, caso Washington decida comprar o avião. A Airbus, cujo presidente-executivo também estará em Washington na próxima semana, deve inaugurar uma nova linha de montagem nos EUA em Mobile, Alabama, no início do próximo mês.
Embora seja difícil prever o que será anunciado na próxima semana, o JPMorgan acredita que pode envolver três temas:
i) Mais provável: Redução das tarifas de importação aeroespacial para zero (vindas do Brasil), como já ocorre para a Europa e o Reino Unido, em comparação com os 10% atualmente pagos pela Embraer. Isso resultaria em uma economia potencial de cerca de US$ 50 milhões no EBIT (Lucro Antes de Juros e Impostos) durante o segundo semestre, representando aproximadamente 2% da receita do primeiro semestre e 20% do EBIT do primeiro semestre. Alguns investimentos nos EUA poderiam ser incluídos junto a essa isenção (até US$ 500 milhões ao longo de vários anos, conforme já mencionado anteriormente);
ii) Moderadamente provável: Potencial acordo para venda do KC-390 ao governo dos EUA, incluindo possíveis investimentos em uma planta nos EUA, mas com impacto líquido positivo para a firma. “Lembre-se que a Embraer nomeou a Northrop Grumman como possível parceira para o desenvolvimento do KC-390 nos EUA”, apontam os analistas.
iii) Menos provável: Potencial venda dos E2 para uma companhia aérea dos EUA, algo em que a Embraer tem trabalhado. No entanto, como o anúncio será feito em Washington, essa parece ser a hipótese menos provável para a próxima semana.
“Acreditamos que o anúncio provavelmente envolverá a redução das tarifas, o que seria um gatilho positivo para a firma, dado o uso do termo ‘anúncio de marco’ e o fato de ocorrer durante um encontro de líderes aeroespaciais em Washington.
Contudo, os analistas alertam que alguns investidores estão preocupados que o anúncio possa incluir investimentos adicionais nos EUA.
“Vale lembrar que a Embraer já comentou que os investimentos podem totalizar até US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos (considerando a produção local do KC-390)”, aponta o JPMorgan, que tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para o ADR, ou recibo de ações negociado em Nova York, ERJ da firma.
(com Reuters)
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Autor: Lara Rizério