Visa testa IA para compras nos EUA e prevê expandir novos serviços para o Brasil
A Visa já iniciou os testes piloto de uma nova solução de Inteligência Artificial (IA) para compras online nos Estados Unidos e prevê trazê-la para o Brasil no início de 2026.
A ideia é que o agente de IA generativa vá além de simples recomendações e seja capaz de executar ações para o usuário. Ele poderá, por exemplo, fechar a reserva de uma viagem, a depender do nível de autorização concedido pelo consumidor.
Para a vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios no Brasil da Visa, Vanessa Antunes, a novidade tem potencial para representar “a quarta revolução do comércio”.
“Teremos uma mudança bastante importante no comportamento do consumidor e no nível de conveniência, tecnologia e segurança que seremos capazes de entregar”, afirmou em almoço com jornalistas realizado em Brasília na quarta-feira (22).
Por trás da inovação, encabeçada pelo Visa Intelligent Commerce, está a parceria entre a firma e gigantes do setor, entre elas OpenAI, Microsoft, IBM, Anthropic e Mistral AI. O movimento integra a estratégia 2030 da Visa para a diversificação de suas receitas.
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Antunes afirmou que o trabalho com IA faz parte da realidade da companhia há 30 anos e que, hoje, a rede global da firma tem mais de 2,5 mil engenheiros focados em inteligência artificial. São mais de US$ 100 milhões investidos em IA generativa.
A executiva acrescentou que recentemente a Visa decidiu abrir APIs e ferramentas de segurança para desenvolvedores do mundo inteiro atuarem na criação de agentes de comércio eletrônico. Segundo ela, há uma série de normativos andando em paralelo a esse sandbox que está sendo testado.
Na semana passada, por exemplo, a firma lançou seu primeiro protocolo de controle de regras para esse ambiente.
O trabalho com IA faz parte de um conjunto de estratégias elaboradas pela Visa para serem desenvolvidas até 2030 e, com isso, seguir aumentando sua penetração no volume total de pagamentos no mundo.
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Outra tecnologia destacada pela firma dentro desse plano é a tokenização. “Nós temos quase 5 bilhões de cartões ao redor do mundo e eles já geraram mais de 13 bilhões de tokens”, disse a VP.
“Os tokens gerados pela Visa globalmente já resultaram em mais de 40 bilhões de dólares em receita incremental para as firmas de e-commerce que trabalham com os tokens e pouparam mais de 650 milhões de dólares em fraude.”
Segundo Antunes, entre as vantagens oferecidas pelos tokens estão a maior segurança no ambiente do e-commerce, a maior conversão do carrinho para o lojista e a maior confiança na ótica do consumidor final.
Soluções B2B também fazem parte dos planos da companhia, que destacou a aceitação do tap-to-phone no Brasil — tecnologia que permite ao lojista utilizar o próprio celular como maquininha de cartão.
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“O Brasil, junto com o Reino Unido e os Estados Unidos, é um dos maiores utilizadores do tap-to-phone no mundo. Só no Brasil já chegamos a mais de 7 milhões de dispositivos habilitados”, disse a executiva.
Um terceiro pilar da estratégia consiste em soluções de consultoria e análise. Nomeada pela Visa como “serviços de valor agregado”, a área já representa quase um quarto das receitas da companhia no mundo.
Nesse eixo, estão soluções de risco e segurança — que geraram lucro de cerca de US$ 1,5 bilhão para a companhia de forma global no ano passado — e produtos desenvolvidos junto ao setor público.
No Brasil, por exemplo, a firma mantém parceria com o BRB e é responsável pela tecnologia que permite o pagamento por contato em estações de metrô e ônibus em Brasília. A mesma solução é utilizada em outras cidades do país e do mundo, como Rio de Janeiro e Londres.
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A Visa também fornece dados para a Embratur, relacionados aos hábitos dos viajantes estrangeiros no Brasil.
“Os dados da Visa são altamente fidedignos. Isso proporciona a criação de políticas públicas mais acuradas e não estão limitados a esses casos. Podem ser utilizados, por exemplo, para criar o plano diretor de uma cidade. Onde é que eu vou investir mais em uma área para construção de casas ou condomínios? Baseado na posição geográfica do gasto, isso também pode ser feito”, afirmou o diretor de Visa Government Solutions da Visa do Brasil, Carlos Nunes.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo