Ibovespa hoje: temor de paralisação nos EUA impõe cautela no último pregão de setembro em meio a dados de emprego
O último pregão de setembro traz como destaques o relatório de emprego (JOLTS) dos Estados Unidos e o prazo para evitar a paralisação das agências governamentais americanas a partir de quarta-feira (1º). No Brasil, o Ibovespa hoje acompanha a taxa de desemprego pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Ainda na agenda econômica desta terça-feira (30), saem os números do setor público consolidado, o Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) e o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2025.
O Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
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No exterior, os dados de maior relevância são o relatório JOLTS de abertura de vagas e a confiança do consumidor nos Estados Unidos, além do Índice de Gerentes de Compras (PMI) do ISM de Chicago.
Além disso, são esperados discursos da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Boston, Susan Collins, do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, e de Lorie Logan, do Fed de Dallas. E também do representante comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer.
Ibovespa hoje: o que você deve ter no radar nesta terça-feira (30)
Bolsas globais mostram cautela com risco de paralisação nos EUA
A cautela predomina nos mercados internacionais diante do risco de shutdown (paralisação) da máquina pública nos EUA, o que poderia atrasar a coleta de dados econômicos e levar a Casa Branca a anunciar demissões em massa de funcionários públicos.
O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, disse há pouco que as incertezas para a perspectiva econômica são particularmente elevadas e que o mercado de trabalho nos EUA se enfraquece e, sem apoio, pode enfrentar dificuldades.
Na Europa, as bolsas recuam após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar aplicar tarifas adicionais sobre móveis produzidos fora do país. Ele também anunciou que pretende impor uma taxa de 100% a filmes estrangeiros.
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Ainda na Europa, a economia do Reino Unido cresceu 0,3% no segundo trimestre, e as vendas do setor varejista alemão tiveram queda inesperada em agosto. Já na China, os últimos números de atividade manufatureira revelados pelo PMI industrial oficial e o medido pela S&P Global foram um pouco mais animadores.
Taxa de desemprego deve manter estabilidade em agosto
A taxa de desemprego deve ser mantida, após quatro recuos consecutivos no ano, na passagem do trimestre móvel encerrado em julho para o trimestre encerrado em agosto, de acordo com a mediana das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast.
A mediana do mercado indica manutenção da taxa de desemprego em 5,6%, do trimestre móvel encerrado em julho para o trimestre encerrado em agosto. As projeções variam de 5,4% a 6%. A estimativa intermediária sugere nível de desocupação em 5,8% no fim de 2025, com expectativas entre 5,0% e 6,5%.
O economista Yihao Lin, da Genial Investimentos, projeta recuo da taxa de desemprego a 5,5% no trimestre encerrado em agosto. Segundo ele, a projeção é um pouco mais conservadora, considerando os dados recentes da atividade econômica. Contudo, uma surpresa baixista, como 5,4%, não é descartada.
“A possível nova renovação da mínima histórica da taxa de desemprego está relacionada à expansão da população ocupada, que contribui para a continuidade do mercado de trabalho ainda robusto”, explica Lin.
Commodities em queda: veja o impacto nos ADRs da Vale e Petrobras
Os contratos futuros do petróleo ampliam perdas, após caírem mais de 3% ontem, ainda pressionados por relatos de que a Opep+ planeja um novo aumento de sua produção em novembro. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para novembro caía 1,09% na Nymex, a US$ 62,76, enquanto o do Brent para dezembro recuava 1,04% na ICE, a US$ 66,38.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, registrou queda de 0,64% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 780,5 yuans, o equivalente a US$ 109,62 a tonelada.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,56% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,23%.
O que esperar do Ibovespa hoje?
O tom defensivo no exterior, pelo risco de paralisação nos EUA, tende a afetar o apetite a risco. O cenário fiscal no Brasil também pode ser fator de cautela.
Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) emitiram ontem um alerta ao governo Lula, apontando perda de credibilidade fiscal com “práticas reiteradas” de gastos fora da meta. O tema pode pressionar para cima os juros futuros, enquanto o dólar deve ter um dia volátil em função da formação da Ptax do mês.
No Congresso, o senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) apresentou seu novo relatório ao projeto que estabelece um teto para a dívida consolidada da União, que deve ser lido hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O Plenário deve votar, a partir das 14h, o projeto de lei complementar que regulamenta a segunda parte da reforma tributária.
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast
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Autor: Camilly Rosaboni